Ansiedade, enxaqueca, desânimo, irritabilidade, insônia. Esses são alguns dos sintomas que muitas pessoas têm apresentado em relação ao dia a dia no ambiente de trabalho. Sentem-se sobrecarregadas, mas não sabem o que fazer. Algumas sofrem caladas, sozinhas, mas o corpo expressa a dor emocional que vivenciam.
Sabemos que o cenário corporativo apresenta os próprios desafios e exigências. Convive-se com pessoas diferentes, dentre as quais, algumas estão alinhadas com as suas características pessoais, outras não.
Diante de tantos perfis profissionais compartilhando do mesmo ambiente, existem aqueles que buscam um excelente desempenho em suas atividades, dedicam-se com afinco em tudo o que fazem, pois, sentem prazer em desenvolver as suas habilidades e fazer parte do crescimento da empresa. Até aqui nenhum problema!
O alerta surge quando esses trabalhadores percebem que nem todos agem como eles. Então, sofrem por estarem demasiadamente cansados, com a sensação de que ninguém os ajuda e que as responsabilidades caem todas sobre os mesmos.
Muitos fatores contribuem para este acontecimento. O que frequentemente se evidencia é que algumas dessas pessoas apresentam um alto grau de exigência e possuem intensa dificuldade em aceitar o fracasso. Assim, para garantir que o trabalho seja bem realizado, assumem as responsabilidades que são dos outros, pois sentem que os demais não executarão da melhor forma. Em decorrência disso, evitam delegar as tarefas, contribuindo para a própria sobrecarga de trabalho.
O primeiro passo é reconhecer que nem sempre as coisas acontecerão do modo planejado. Imprevistos, erros, atrasos nos prazos, tudo isso faz parte da dinâmica e processos de trabalho. Temos que aprender a ser menos autopunitivos e mais tolerantes com aquilo que foge ao nosso controle.
É importante que cada um zele pelo cumprimento das obrigações que estão sob sua responsabilidade, o que não impede a troca de experiências e o auxílio aos colegas, pois o trabalho colaborativo é fundamental para o fortalecimento e união da equipe!
Seguindo esse passo, eliminamos grande parte da sobrecarga que assumimos desnecessariamente e que se torna um excesso na nossa rotina. Ao mesmo tempo, abrimos espaço para que os demais assumam uma postura mais responsável, com a oportunidade de buscar o próprio aperfeiçoamento.
Precisamos permitir que as pessoas tentem, errem e procurem formas de crescimento profissional. Podemos auxiliá-las nesse percurso, mas evitando fazer pelas mesmas. Este é um exercício diário que temos que colocar em prática se quisermos favorecer a nossa saúde emocional e cooperar com um ambiente de trabalho mais construtivo para todos.
Por último, é preciso atentar que a sobrecarga de trabalho pode conduzir a processos depressivos, distúrbios do sono e doenças psicossomáticas. Não devemos esperar agravos para procurar ajuda. Um psicólogo qualificado pode auxiliar na identificação dos aspectos conflitivos, facilitando o enfrentamento ao sofrimento e a realização de mudanças, quando necessário.
Psicóloga Cláudia Yaísa
CRP 06/111120
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