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A importância do ambiente familiar para a criança

A família é considerada um importante ambiente para o desenvolvimento da criança. Na maioria dos casos é a primeira instituição em que o infante se depara e aprende sobre a sociedade e o mundo.

O primeiro representante da família para a criança é a figura materna, a qual na relação com seu bebê transmite conteúdos conscientes e inconscientes que se tornam fundamentais para contribuir ou impedir o crescimento saudável da criança.


Conforme explica o autor Winnicott (1989), os pais comuns considerados bons são aqueles que constroem um lar e buscam mantê-lo oferecendo os cuidados básicos ao desenvolvimento da criança. São aqueles que organizam um contexto adequado ao infante para que este possa ao longo do tempo se reconhecer e conhecer o mundo externo, obtendo uma relação ativa com o mesmo.


Portanto, a manutenção do lar é uma responsabilidade dos pais ou substitutos, e nos momentos iniciais de vida do bebê, a mãe deve se colocar devotada ao filho atendendo às suas necessidades, enquanto o esposo a ampara e oferece suporte. Essa devoção materna para com seu filho ocorre geralmente no período de extrema dependência infantil, em que os cuidados da maternagem, o segurar e o manuseio do bebê, surgem enquanto fundamentais para permitir a sensação de continuidade do viver.


Além disso, a criança pequena necessita vivenciar em sua vida, relações estáveis, onde os pais ou substitutos se apresentam de modo a adaptar-se às suas necessidades, para que assim a criança consiga desenvolver a capacidade de fantasiar, brincar e criar símbolos que representam a união dela com a mãe, quando esta não está presente. Como exemplos desses símbolos, temos: o paninho da criança, o ursinho de dormir, o dedo na boca, o cantarolar no berço.


Soma-se a tudo que foi dito, a necessidade da criança também experienciar diversos tipos de relações; com os pais, tios, avós, primos, cachorro, podendo desfrutar de percepções objetivas e realizar descobertas. "Vários membros da família desempenham papéis diferentes, e as crianças vão se utilizando deles para fazer com que suas experiências abranjam um campo cada vez mais extenso" (Winnicott, 1989, pp. 107). No entanto, nessa fase inicial dos primeiros anos de vida, faz-se importante para a criança ao mesmo tempo em que se lança às novidades também conseguir retornar às figuras familiares, aos lugares conhecidos que lhe dão sustentação, proteção e equilíbrio.


Nesse período, por volta de um ano e meio de idade, é comum observarmos a criança que corre dos pais e logo retorna de braços abertos, sentindo-se tranquila e feliz por tê-los à vista; ou ainda outra de quatro anos que só brinca no parque da praça com outras crianças, tendo sob seu olhar a visão dos pais a observando. Essas são fases naturais e necessárias do desenvolvimento infantil, para que as crianças se sintam seguras e adquiram confiança no ambiente e em si próprias, levando a se lançarem a novas experiências.

A criança, então, desenvolve-se em meio a uma dinâmica ou jogo familiar específico que se estabelece enquanto treino para a vida. Mais tarde, na adolescência, ressurgem as vivências desse jogo familiar e, se as referências familiares forem mantidas, existe a possibilidade de o adolescente passar por essa fase sem grandes problemas rumo à maior independência e ao estabelecimento de sua identidade pessoal.


Em vista do que foi exposto, vale ressaltar que mesmo os pais tentando prover os filhos da melhor forma possível, poderá haver erros, falhas e privações que serão sentidos como significativos. Tais impasses muitas vezes são difíceis de serem controlados, pode ser um pequeno atraso no amamentar do bebê ou a demora em buscar a criança na escola devido a um impedimento no trânsito. No entanto, uma família, cuidadores ou responsáveis atentos, podem buscar reparar tais falhas e promover para a criança/adolescente uma experiência positiva, diferente da vivenciada anteriormente.


Por isso, pais, não se culpem por não serem os melhores pais para seus filhos. Muitos erram por não terem tentado.


Referências Winnicott, D. W. (1989). A Família. In Tudo começa em casa. São Paulo: Martins Fontes.



Psicóloga Cláudia Yaísa

CRP 06/111120


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Por Cláudia Yaísa

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